quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

UM HOMEM CHAMADO JOSHUA E O NATAL














UM HOMEM CHAMADO JOSHUA E O NATAL



Getúlio Corrêa  - Juiz de Direito



- I - JOSHUA:



Nesta data recordamos de um Mestre chamado, no Ocidente, JESUS, e sentimo-nos envolvidos em seu amoroso abraço que ampara e orienta a que alcancemos o CRISTO eterno que há em nós.



Mas quem foi JESUS?



Há muitas respostas. Uma delas pode ser:



Jesus foi um ser que principiou o seu sofrimento ao descer num mundo que não era o seu, impregnado de vaidades, intrigas e superstições;



O primogênito de sete filhos de Míriam, também chamada Maria, que somados aos filhos do casamento anterior de José, perfaziam doze irmãos, que jamais compreenderam a importância de sua existência, considerando-o apenas um visionário;



Uma criança, que teve a ousadia de questionar as Leis do Sinédrio e que não compreendia a maldade e a hipocrisia humanas, teimando em transmitir sinceridade no carinho aos homens e animais;



Um místico, sobre o qual os livros bíblicos nada relatam dos doze aos trinta anos, mas que alguns documentos esotéricos insistem na sua passagem, em certa época, pelos cinco grandes Centros Iniciáticos, dentre eles, o Essênio de Monte Carmelo;



Um histórico ser, que teve sua vida (?) e obra narrada pelos Evangelhos, dos quais somente quatro foram aceitos pela Igreja Latina, sendo os demais, tão importantes quanto aqueles, consignados como Apócrifos e reservados a círculos internos;



Um incomum Galileu de nascimento, mas Nazareno por convicções, que afrontava à Lei Mosaica e que batizado por João "O Batista", viu aflorar em si o "CHRISTOS".



Um pregador, que acompanhado de seus Apóstolos, ensinou na Palestina as incompreensíveis lições do amor aos inimigos e do: "Dai à César o que é de César e à Deus o que é de Deus";



Um iniciado, que sofreu a exsurdação no Jardim de Getsêmani na dificuldade de amoldar o divino ao humano, e que mesmo antevendo o sofrimento por que passaria, persistiu no caminho traçado, como houvera prometido ao Pai;



Um "mártir", que detido com base em denúncia formalizada por Judas e julgado apressadamente pelo Pequeno Sinédrio, viu-se condenado à pena de lapidação;



Um "subversivo", que silenciou perante Pôncio Pilatos quando acusado de tramar revolta contra Roma, sendo sentenciado à crucificação pela pressão do povo e não por obra e graça do Procurador Romano, que via nele mais um Rabi inofensivo, como tantos outros que perambulavam à época, pregando uma Lei Mosaica diferenciada;



Um "Maçom", que na última Ceia, ao partilhar o pão legando o rito do companheirismo, deixou uma única mensagem, de amor e fraternidade, na expressão: "Amai e frutificai. Dai de comer a quem tem fome e de beber a quem tem sede", e que a nenhum Apóstolo apontou como traidor, pois seria incapaz e contra a sua essência tal ato;



Um avatar, o maior de todos deste Planeta, que ensinou a não fazer aos outros o que não se deseja para si mesmo.;



Um mensageiro, que lembrou ser a semeadura livre, mas a colheita obrigatória e que seu mundo não era de igualdade, mas de desigualdades, pois nele todos eram valorados segundo suas obras e jamais por suas crenças;



Um maravilhoso, mas humano ser que nos legou a Árvore da Vida, Árvore que continua, após dois mil anos, plantada no coração da humanidade, que a sente, mas não compreende;



Uma consciência crística, que demonstrou a importância do "ser"sobre o "ter", e que, no Sermão da Montanha, instruiu essa necessidade para poder distribuir os tesouros da divindade;



Um Judeu, em torno do qual foram criados mitos e dogmas que ele nunca fez nem pregou, pois sempre lembrava que viera para cumprir a Lei e não para afrontá-la;



Um ser nascido Joshua, chamado o Messias, que transformou-se no Logos Solar, e nos deixou impressa, em suas mensagens, a Chave da Gnose divina, chave que está dentro de nós, e que nos instigou a buscá-la para encontrar o caminho do Pai;



Este Jesus, o Christos, que sintetizou os Dez Mandamentos em um, apregoando: "Amai-vos uns aos outros assim como eu vos amei", não criou nem reivindicou a glória de ser lembrado neste dia, ainda que saibamos que seu nome está junto aos presentes e banquetes de confraternizações, transformando-se, em verdade, no espírito de emulação de todos os humanos.





Mas, o que é o NATAL? O que deve ser o NATAL?





II - O NATAL:



Nos pergaminhos do Cosmo está gravado que um Anjo indagou de JESUS:



- "Mestre, o que é o NATAL?"





Olhando para o seu irmão, respondeu com a humildade e a verdade de quem possui a sabedoria na alma:



- "Meu irmão, NATAL é você;



NATAL sou eu, somos todos nós!"





"Na Terra lembram de mim no dia 25 de dezembro, mas não seria necessário um dia para evocar meu nome ou de meu Pai para que eu esteja junto deles.



"Porque EU sempre estarei junto àquele que fizer pelo seu próximo;"



Eu estarei junto àquele que tiver o Pai no coração, não nas palavras;



Eu estarei junto àquele que souber usar a Chave que deixei, quando vivi naquele átomo de tempo e que souber ensinar aos que padecem da eterna fome da verdade;



Eu estarei, também, junto àquele que obedecer à Lei, menos a dos homens, efêmera, mutável, mais a da Eternidade, do Amor e da Fraternidade;



Eu estarei naquele que, embora não me veja, tenha no coração a Árvore da Vida e que, "sendo", represente muito mais que aquele que simplesmente "tem";



Eu estarei naquele que clama por Liberdade, menos a Religiosa, Política ou Econômica, que a sintetizada na consciência divina que habita em todos nós;



Eu estarei naquele que olhar seu irmão, qualquer que seja sua crença ou raça, e que empresta o Pão material; mais que isso, dá a palavra do conforto espiritual, pois enquanto aquele dura uma vida, essa atravessa o tempo do ser imperfeito;



Eu estarei na criança, no adulto e no idoso: no primeiro, pela inocência, no segundo pelas obras e, no terceiro, para mostrar que é preciso recomeçar, sempre, com perseverança, para encontrar em si mesmo o Pai;



Eu estarei naqueles que não compreenderam nada que fiz, que não leram minhas mensagens ou que mesmo não creiam que vivi e que crucifiquei-me e fui por eles crucificado, mas que praticam o bem e dão a esmola da vida.



Eu estarei naquele que não me chamar "Rei dos Reis", mas que execute a vontade do Rei que há em seu próprio ser;



Eu estarei mesmo nos que ainda persistem nos errôneos caminhos, pois o Pai não quer perder nenhum de seus filhos;



Eu viverei eternamente junto aos meus irmãos na Terra NO DIA 25 DE DEZEMBRO, mas, também, no seguinte amanhã e em todos os dias, até que a Verdade seja conhecida e que todos se desnudem da matéria e se vistam com as vestes da Luz do Pai, que os tornará libertos e perfeitos;



Meu irmão: o Natal deve estar dentro dos homens e não fora; é interior, não exterior; vive na alma, não no corpo. O corpo é pó e ao pó retornará; a alma é divina e viverá para sempre junto ao Paí.



O Natal paira no ar, vive no mar e na natureza intrínseca do ser.





Irmão:



O meu Natal é VOCÊ ! O seu Natal sou EU!



Natal, meu irmão, é sempre mais VOCÊ que eu.



FELIZ NATAL!



FELIZ TODOS OS DIAS

Autor:

getulio correa para mim





Recebido por e-mail:

Caro amigo Beckhauser



Reitero a satisfação de revê-lo.


Segue poema de Natal que escrevi não sei quando, mas que foi publicado no Diario Catarinense há mais de 10 anos.


A ídéia foi juntar todos os conceitos religiosos, filosóficos, metafísicos,espirituais, maçônicos em um único poema sem qualquer distinção ou discriminação.


Espero que gostes.






Abs






Getúlio Corrêa


degetulio correa






Beckhauser

Publicado no Recanto das Letras em 17/12/2009

Código do texto: T1983303







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